Pés podem apresentar sinais de obstrução das artérias

Pés podem apresentar sinais de obstrução das artérias

Prestar atenção nos pés pode prever doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.

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“Os pequenos detalhes são os mais importantes”, Sherlock Holmes, de Sir Arthur Conan Doyle.

Os pés são uma parte do corpo negligenciada por todos. Embrulhamos em panos apertados (meias), depois colocamos em caixotes de couro (sapatos) que são feitos em formato padrão, não respeitando diferenças individuais.

Chegando em casa não temos o hábito de secar entre os dedos, acumulando fungos e restos de pele morta. É a parte que menos cuidamos e menos observamos, mesmo na posição de médico. Quantas vezes um médico examinou seus pés?

Os pés estão na periferia do sistema circulatório e por isso sofrem mais com qualquer obstrução da corrente sanguínea.

São menos aquecidos também. As doenças circulatórias podem ser relacionadas a três sistemas: o arterial (não chega sangue), o venoso (não drena o sangue adequadamente) e o linfático (o sistema venoso não tem o suporte de drenagem que deveria). Os dois últimos são difíceis de diferenciar e, como trabalham juntos, vamos juntar os dois em “venoso”.

Doença venosa é adquirida ao longo da vida, com dilatações das veias para acomodar mais sangue. Essas dilatações formam verdadeiros sacos cheios de sangue (as varizes).

A distensão dos sacos provoca dores, extravasamento de líquidos (inchaço), e escurecimento da pele (pelo depósito de hemossiderina, vindo das hemácias mortas).

O Inchaço é maior à noite, pela gravidade, bem como a dor é maior quando a pessoa esta de pé.

A doença arterial é mais grave. A obstrução de artérias grandes (como femoral, ilíaca e até aorta) e menores (pediosa, poplítea) levam a falta de sangue crônica, inicialmente nos dedos e cada vem mais próximo da raiz da coxa.

Os pelos das pernas e pés diminuem, pelo sofrimento crônico, e a pele em especial da planta dos pés e dedos se torna pálida, e em casos mais greves, escura e com feridas. Quando a pessoa faz esforço com as pernas, elas doem.

E isso obedece um padrão evolutivo: primeiro dores durante longas caminhadas, depois médias distâncias e depois qualquer distância. As dores desaparecem assim que a pessoa para de andar.

Identifique o problema

Um teste simples que pode ser feito em casa é comprimir com o dedo uma polpa digital. Assim que você solta, ela esta pálida, e logo depois o sangue que você “espremeu” para fora preenche de novo a região deixando ela cor de rosa ou vermelha. Meça também no dedão do pé. O tempo tem que ser menor que três segundos – mais do que isso é suspeito.

Existe um exame chamado índice tornozelo braquial que usa esse princípio. Com um ultrassom ele mede a pressão em uma artéria do pé e compara com a pressão em uma artéria do braço do mesmo lado.

Se a razão entre a pressão do tornozelo sobre a do braço for menor que 0,9, é sinal de risco aumentado para doença arterial periférica, e isso já coloca a pessoa em uma condição de maior risco de infarto, angina e AVC.

O não tratamento de doença arterial periférica pode levar à obstrução aguda, ruptura de placas, gangrena e necrose de dedos e pés.

Muitas pessoas são amputadas anualmente sem necessidade, e não chegariam a isso se tivessem prevenido. A prevenção passa por dieta, exercícios e medicamentos para controle de colesterol e triglicerídeos.

Resumindo, cuide bem de quem sempre carregou você. E preste atenção no que ele tentar avisar!

Fonte: Minha Vida

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